HISTÓRIA DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
EM PALESTINA DE GOIÁS.
Palestina de Goiás já nasceu protestante.
O município teve início a partir de uma igreja fundada por presbiterianos na
década de 20. Ao contrário da maioria das cidades brasileiras, que sempre têm a
igreja católica ligada às suas origens, Palestina de Goiás nasceu sob a égide
protestante. Fugindo ainda dos padrões de muitas outras cidades, a igreja
Presbiteriana ocupa lugar de destaque na cidade, em frente a sua praça central.
Através da Igreja Presbiteriana o protestantismo tem figurado desde o início
como predominante em todos os setores da cidade, principalmente com a chegada
de outras religiões evangélicas.
Breve
perfil de Palestina de Goiás
Palestina de Goiás é um dos 246
municípios do Estado de Goiás, que, por sua vez é um dos 26 Estados do Brasil.
Geograficamente e politicamente, o município pertence ao Sudoeste de Goiás.
Palestina de Goiás fica na GO-221, que liga Caiapônia(GO) a Iporá(GO).
Segundo o Censo 2010 do IBGE, Palestina
de Goiás tem 3.382 habitantes. Palestina de Goiás foi elevada à categoria de
Município a 30 de dezembro de 1987.
Penetração do Evangelho na região.
A história da Igreja Presbiteriana do
Brasil em Palestina de Goiás tem seu início antes do ano de 1928, na fazenda
Campo Alegre de Propriedade do Senhor Mamédio José Silvério, onde ali residiam
além de sua família, as famílias de Raimundo Pereira e Firmino Barros. Também
existia ali um professor particular por nome Arlindo Silva, contratado por
Mamédio Silvério para dar aulas para seus filhos.
O professor Arlindo Silva que era
evangélico de origem presbiteriana começou a orientar seus alunos acerca da
Palavra de Deus, fato este que despertou em Mamédio Silvério
e sua esposa Ana Silvério a se interessarem pelo assunto, a ponto de adquirirem
um exemplar da Bíblia Sagrada, que depois do estudo deste livro se converteram
ao evangelho juntamente com seus vizinhos.
No ano de 1928, após serem informados de
que um missionário da Missão Presbiteriana dos Estados Unidos por nome Ashmun
C. Saley residia na cidade de Santa Rita do Araguaia-Go, enviaram-no uma carta
para que o mesmo viesse a Campo Alegre para dar melhores explicações sobre a Palavra
de Deus, o qual atendeu prontamente o pedido providenciando logo sua primeira
visita. Em uma visita realizada por Saley no ano de 1931, foi organizada a
Congregação Campo Alegre com o intuito de oferecer aos seus congregados
melhores condições para o desenvolvimento espiritual e cultural. Nesta ocasião
o Sr. Mamédio Silvério resolve doar uma parte de sua propriedade, numa área de
aproximadamente seis alqueires, para compor a partir dali o patrimônio da
igreja. A congregação de Campo Alegre tinha como dirigentes de cultos o Sr.
Mamédio José Silvério na sua casa e Firmino Barros na região do Córrego do
Bijuí.
Em uma nova visita, no ano de 1932, o
Reverendo Saley recebe em Profissão de Fé e Batismo os
crentes Mamédio José Silvério e sua esposa Ana Silvério, Firmino Barros, Ana
Francisca do Prado, Maria Angélica Souza, Raimundo Pereira de Souza e Ana
Angélica de Souza. No final deste ano, por motivos de doença o Sr. Mamédio José
Silvério mudou-se para cidade de Caiapônia, causando assim certo desânimo nos
trabalhos da Congregação.
Um ano após ter recebido, por pública
Profissão de Fé e Batismo os primeiros candidatos, o Reverendo Saley recebeu
novos candidatos, entre eles o Senhor João Carlos de Bastos (1895-1982),
conhecido popularmente por “João Jaraguá”, e sua esposa Laudelina Prado Bastos .
No ano de 1937, o senhor Mamédio José
Silvério e família retornam para Campo Alegre, fazendo com que os trabalhos novamente
reanimassem. Em outubro de 1938, sob a presidência do Reverendo Saley e com a
presença de 15 membros, reuniu-se a Congregação Campo Alegre tendo resolvido
construir uma Casa de Oração para realização dos cultos, pois os mesmos vinham
sendo realizados nas residências de Mamédio Silvério e Firmino Barros. Esta
construção só foi efetivada no ano de 1940. Neste mesmo ano foi organizada a
primeira Escola Bíblica Dominical de Campo Alegre, tendo como superintendente
vindo da cidade de Rio Verde-Go, o senhor João Bueno, sendo auxiliado por sua
esposa Judith Bueno. A Congregação de Campo Alegre recebeu ainda neste ano, por
duas vezes, a visita do Reverendo Donald Schoeider.
Numa reunião congregacional realizada no
dia 22 de agosto de 1942, a
Congregação de Campo Alegre toma conhecimento que o Senhor Mamédio José
Silvério e sua esposa Ana Prado Silvério resolveram dar escritura pública do
terreno que eles doaram para congregação, o que efetivamente aconteceu em
outubro deste ano, tendo a mesma sida passada em nome do Reverendo Roberto
Lodwick, pelo motivo da Congregação ainda não ser pessoa jurídica. Durante os
anos de 1942 a
1946, Campo Alegre é assistida constantemente pelo Reverendo Roberto Lodwick,
que pastoreava o campo missionário “Vale do Araguaia”.
No ano de 1947, assume o pastorado deste
campo o reverendo Raymond Ely Pittman, primeiro obreiro da Missão a morar no
município, fixando sua residência na cidade de Caiapônia.
Organização da Igreja como Pessoa Jurídica
Em 06 de junho de 1953, na Casa de Oração da
Congregação Campo Alegre, em uma reunião Congregacional foi organizada esta
Congregação em Igreja, tendo sido eleitos como presbíteros: Mamédio Joaquim de
Bastos (Filho de João Carlos de Bastos e
neto de Mamédio José Silvério) e Esperidião Francisco de Souza; e como diáconos:
Ciro Alves Gonçalves e Ramon Alves de Barros. Sendo, portanto, esta a primeira
Igreja a se instalar na região, tornando a partir daí como pessoa jurídica a
Igreja Presbiteriana de Campo Alegre. Naquela época o trabalho era difícil
devido à extensão do Campo, além da precariedade das estradas e o transporte
ser a cavalo.
Pastores que deram assistência à Igreja Presbiteriana
de Palestina.
Desde o ano de 1928, quando começou a ser
propagado o evangelho em Palestina, a Igreja sempre foi assistida por pastores.
Até o ano de 1957 deram assistência à igreja os pastores missionários da Igreja
Presbiteriana dos Estados Unidos, sendo de 1928 a 1939 o Reverendo
Ashmun C. Saley; de 1940 a
1941 o Reverendo Donald Schoeider; de 1942 a 1946 o Reverendo Roberto E. Lodwick; e
de 1947 a
1957 o Reverendo Raimond Elly Pittman, todos eles norte americanos. No ano de 1958 a Igreja não teve
pastor residindo na cidade, mais foi assistida pelos pastores: Reverendo
Augusto Dias de Araújo e Reverendo Abimael Etz Rodrigues. No ano de 1959 passou
por esta igreja o Reverendo Carlos Araújo. Em 1960, novamente a igreja não teve
pastor residindo mais é assistida pelos pastores Severino Gomes Monteiro e
Abimael Etz Rodrigues. De 1961
a 1963, Reverendo Emílio Avelar de Carvalho. Durante o
ano de 1964 dá assistência a Igreja a Executiva do Presbitério Sudoeste de
Goiás, compostas pelos pastores Sinval Cabral de Sousa, Eudóxio Mendes dos
Santos, Abimael Etz Rodrigues, Severino Gomes Monteiro e Eliezer Tavares de
Jesus. Em 1965 o Reverendo Willard R. Elton. De 1966 a 1967 assume o
pastorado o Reverendo Amador Alves de Menezes. Em 1968 ficou sem pastor
residente e é assistida pelos pastores Milburges Gonçalves Ribeiro, Eudóxio
Mendes dos Santos e Floramantes Dias Gonçalves. De 1969 a 1972 a Igreja é dirigida
pelo Evangelista Edvar dos Santos, tendo assistência pastoral dos Reverendos
Wilham Henri Jennings, Floramantes Dias Gonçalves e Tércio Aguiar de Souza em
1969; Pedro Rodrigues, Milburges Gonçalves Ribeiro, Floramantes Dias Gonçalves
e Eudoxio Mendes dos Santos em 1970; Floramantes Dias Carneiro, Milburges
Gonçalves Ribeiro e Lee Joon He em 1971; e no ano de 1972 Milburges Gonçalves
Ribeiro, Lee Joon He, Pedro Rodrigues e Sinval Cabral de Souza. Em 1973
novamente ficou sem obreiro residente, a igreja foi assistida pelo Reverendo
Severino Gomes Monteiro. Nos anos de 1974 e 1975 pastoreou a Igreja o Reverendo
Lee Joon He. Em 1976 não houve obreiro residente, dando assistência à igreja o
Reverendo Amador Alves de Menezes e Aurino. De 1977 a 1978 assume os
trabalhos da igreja o Evangelista Antônio Machado da Silva, sendo assistido
pelo pastor Reverendo Eudóxio Mendes dos Santos. De 1979 a 1980 ficou a frente
dos trabalhos o Evangelista José Francisco de Oliveira, assistido pelo
Reverendo Rui Carvalho Cardoso Brochado em 1979 e Reverendo Belmiro em 1980. Em
1981 a
igreja ficou novamente sem pastor residente, sendo a mesma assistida pelo
Reverendo Severino Gomes Monteiro, Reverendo Aurino e o Reverendo Tércio Aguiar
de Souza. Nos anos de 1982 a
1983, assume os trabalhos da Igreja o Reverendo Djalma dos Santos Freitas. No
ano 1984 a
março de 1985 a
igreja é conduzida pelo Reverendo Eurípedes Martins da Costa. De Abril a julho
de 1985 assumiu os trabalhos da igreja o Seminarista Vitor Novaes, sendo
assistido pelos Pastores Cláudio César de Melo e Jonabas Barbosa Rodrigues. Em
Agosto de 1986 assume a Igreja o Reverendo Filemon Marcelino de Oliveira. Em
1988, foi empossado pastor da Igreja o Reverendo Dorival Francisco de Sousa,
que permanece até os dias de hoje.
Mais
um pouco da nossa história.
Desde o início dos trabalhos
Presbiterianos em Palestina, a igreja já contava com um número bastante
considerável de “crentes”, por ser a primeira igreja, por ter sob a direção a
escola e ainda pela necessidade das pessoas em querer conhecer as ricas bênçãos
do Santo Evangelho. Após a construção de duas casas de Oração no início dos trabalhos presbiteriano na região, por volta do ano de 1962 foi
construído uma nova igreja que na época comportava 140 crentes. Com o passar
dos anos com aumento dos comungantes, foi construído um templo mais amplo, com
capacidade para comportar 250 pessoas, inaugurado em 1984. Hoje a igreja conta ainda com cinco
presbíteros, seis diáconos, um coral, um conjunto de louvor e trabalhos regulares
de Escola Bíblica Dominical e cultos evagelísticos.
A Igreja Presbiteriana de Palestina de
Goiás além de expandir-se num elevado número de membros na sede, conta ainda
com uma congregação no povoado de Boa Vista município de Caiapônia.
O papel sócio-cultural e econômico da Igreja Presbiteriana em Palestina de Goiás.
Diversos são os fatores sócio-culturais e
econômicos desenvolvidos pela Igreja Presbiteriana em Palestina de Goiás,
dentre os quais destaca-se a Educação que foi o principal motivo do surgimento
desta comunidade.
Depois de já formada a Congregação Campo
Alegre, surge o desejo entre o Sr. Mamédio Silvério e Firmino Barros de
melhorar aquela congregação, dando início então a organização de uma escola
Primária que viesse a atender toda aquela região, plano esse concretizado
somente no ano de 1940, tendo como fontes mantenedoras na época a Congregação
Campo Alegre, a Missão Brasil Central, a Prefeitura Municipal de Caiapônia e os
pais de alunos.
Como a escola e a igreja iam muito bem,
os pais de alunos e alguns fiéis começaram a edificar pequenas casas no terreno
pertencente a igreja. Inicia-se então um verdadeiro processo migratório para
fazenda Campo Alegre, no entanto, a Missão Brasil Central que era responsável
por aquela congregação, temendo problemas futuros orienta os seus dirigentes
para que aquelas casas não fossem construídas no terreno da igreja. Foi quando
o Senhor João Carlos de Bastos, genro de Mamédio José Silvério, que havia
comprado do sogro parte da Fazenda Campo Alegre, teve a idéia de se formar ali
uma cidade, já que havia tantas pessoas vindo morar naquele local. Sua idéia
foi considerada por muitos loucura, e diziam: “João Jaraguá, você está ficando
caduco, que dia isto aqui vira uma cidade?”.
Mas prevendo que sua idéia não estava longe da realidade põe em prática
seu plano, no que redundou em 480 lotes, os quais foram doados ou vendidos a
preços simbólicos, a fim de permitir o nascimento do povoado.
Os lotes foram ocupados rapidamente e a
pequena povoação já contava com inúmeras casas, quando o Reverendo Raymond
Pittman convocou um plebiscito juntos aos moradores do lugar das fazendas
próximas para escolherem o nome da futura cidade. De vários nomes sugeridos
restam dois, JERUSALÉM e PALESTINA; submetidos à apreciação de cento e vinte
pessoas, o nome “Palestina” saiu-se vitorioso com 84 votos a favor, contra 36
dados à Jerusalém. A partir daí, dá-se então um grande processo evolutivo na
região. Diversas famílias começam a vir para Palestina para que seus filhos
pudessem ingressar na escola.
No início, porém, logo após a formação da
escola pelo Senhor Mamédio Silvério, a mesma funcionou precariamente devido às
tantas dificuldades da época, e por várias vezes a escola fechou suas portas.
Mas no ano de 1947, com a chegada do Reverendo Raymond Pittman à escola que
estava fechada foi reorganizada funcionando bem por dois anos consecutivos. A
partir daí houve uma paralisação de 10 anos sem escola. Em 1959, a igreja nota que vem
aumentando o índice de dificuldades e problemas acarretados devido à falta da
escola que viesse atender os anseios daquela comunidade. Foi então que o Senhor
Mamédio Joaquim de Bastos, juntamente com Reziel Neves de Almeida e José
Francisco de Sousa) estudaram meios para que a escola que sempre foi planejada
pudesse realmente funcionar, atendendo toda aquela comunidade. Inicialmente
ficou tratado que as despesas com a professora seriam dividido entre eles. O
trabalho realizado pela escola ia muito bem, e no ano de 1960, esta pequena sociedade
convidou a Senhorita Dalva Gomes Monteiro, originária de Santa Helena de Goiás
e formada em Magistério para servir esta escola, a qual permaneceu por um
período de quatro anos. (Livro de Atas da Igreja).
Desde então a escola funcionou
ininterruptamente. Com lema da Igreja que tinha como principal propósito, além
da pregação do santo evangelho, a educação. O trabalho foi a cada dia
fortalecendo. Sempre sob os cuidados do Senhor Mamédio Joaquim de Bastos que
não media esforços para que aquele trabalho ali prosperasse, participou
efetivamente de todas as atividades da escola, como diretor, conselheiro,
professor e mantenedor da mesma. Em grande parte, deve-se muito a educação em
Palestina a esse dedicado cidadão. Outro destaque que também vale ressaltar foi
à presença do Reverendo Raymond Elly Pittman, pois foi com ele que houve a
reabertura e manutenção da escola primária em Palestina, onde o mesmo foi
homenageado, após sua morte, com a denominação do Grupo Escolar “Raymond
Pittman”, construído pela igreja, para servir a comunidade, que funcionou até
transferir para o Estado, com 240 alunos, 10 professores e 02 porteiros
serventes. Isto posto, a Igreja Presbiteriana de Palestina de Goiás teve um
papel fundamental to que tange a educação inicial, seja como fundadora da
primeira escola, ou ainda como principal mantenedora desta escola por vários
anos.
Outro fator que merece destaque também é
quanto à influência da Igreja na vida social dos moradores desde o início. Na
época era a única igreja e o principal centro das atenções, onde aconteciam
festas, brincadeiras, e outros eventos promovidos pela igreja. Com isso faziam
com que as pessoas viessem a se interessar e freqüentar os trabalhos da mesma,
aumentando assim a quantidade de adeptos. A partir daí a pessoa conhecia o
evangelho e suas práticas de vida se voltavam aos trabalhos da igreja, e
tornavam-se pessoas pacatas e harmoniosas no seio daquela sociedade.
Em Palestina, a Igreja sempre esteve
também preocupada com a saúde da comunidade. Na época, era promovido o que se
chamava de “convenção”, onde se reuniam centenas de pessoas de toda região, de
todas as denominações, para fazerem consultas e tratamentos médicos, em um
verdadeiro mutirão da saúde, onde vinham médicos de longe para atender esta
comunidade. Trabalho esse promovido pela igreja e visava atender toda a
população. Todo trabalho era feito através de mutirão, e contava com a maciça
participação de toda comunidade, inclusive o primeiro avião que pousou em
Palestina foi em um aeroporto construído
através de enxadas, machados e enxadões.
A partir daí começam a surgir outros
movimentos religiosos, com a Igreja Evangélica Assembléia de Deus e, mais tarde
por volta de 1973 a
Igreja Católica e outras denominações, que sempre adotaram os princípios da
Igreja Presbiteriana de levar a sociedade a conhecer a Bíblia e viver em
harmonia com o seu próximo.
Questão
Econômica
A economia naquele período era
basicamente de subsistência, onde cada pessoa tinha sua própria lavoura, e com
a colheita dava para passar todo o ano. Os principais cereais cultivados eram,
o arroz, o feijão, o milho, além de mandioca e pequenas hortaliças. Havia ainda
a criação de suínos que proporcionava além da carne a banha; criava também
pequeno rebanho bovino.
No início do povoamento de Palestina, o
comércio era quase inexistente, sendo que vinha de mês a mês um caminhão
vendendo mercadorias, onde os pagamentos destas compras geralmente eram feitos
por base de troca com o excedente da colheita, que servia como moeda para os
moradores palestinenses, que trocavam as mesmas por açúcar, querosene, sal,
etc. Com o passar dos anos, vieram a se instalar em Palestina as famosas
“vendas”. Assim os membros da igreja Presbiteriana tem as suas atividades
econômicas ligadas a essas vocações naturais do município.
Questão política
A Igreja Presbiteriana de Palestina
sempre esteve ligada a todas as questões da cidade. No início o pequeno povoado
de Palestina dependia de Caiapônia, econômica, financeira e politicamente; no
ano de 1962, Mamédio Joaquim de Bastos, presbítero da Igreja, foi eleito
vereador pelo Município Sede (Caiapônia) como representante do povoado de
Palestina; inicia-se então a partir daí um ardoroso trabalho para elevá-lo a
condição de Distrito.
É de se registrar ainda que Mamédio
Joaquim de Bastos também foi eleito vice-prefeito de Caiapônia, na chapa de
Bertoldo Francisco de Abreu, no período de 21/01/1970 à 31/01/1973.
Seguido pelo raciocínio de seu pai, o
Vereador Mamédio Joaquim de Bastos sempre quis que o povoado de Palestina
progredisse. Para isso fez inúmeras gestões junto ao IBGE no sentido de
conseguir presença de um técnico daquele órgão para fazer o levantamento
necessário com vistas a elevar o povoado a condição de distrito; ao ser feita a
contagem das casas, apurou-se a edificação de duzentas e cinqüenta e o número
de habitantes ultrapassou a mil e trezentas pessoas.
Logo depois do parecer favorável do IBGE,
o povoado de palestina foi elevado à condição de DISTRITO, através da Lei
Estadual nº 7.188 de 12 de novembro de 1968, publicada no D.O.E de 04/12/1968.
Os anos se passaram e Palestina crescia,
sob a influência da pecuária e de vários fazendeiros que se instalaram na
região, dentre os quais Antônio Máximo de Oliveira, conhecido por Tonicão;
Guilhermino Moraes de Faria; Joaquim Moraes dos Santos e outros.
Antônio Máximo de Oliveira (Tonicão) e
Mamédio Joaquim de Bastos, que mantinha bom relacionamento com políticos da
época, (dois filhos de Caiapônia eram deputados federais, Rezende Monteiro e
Jarmund Nasser), conseguiram a construção junto ao Governador Otávio Lage de
Siqueira de uma Escola Estadual que denominou-se Escola Estadual “Lucia Ana de Bastos”.
O nome da Escola era em homenagem a irmã do Senhor Mamédio Joaquim de Bastos,
que havia falecido vitimada de tétano.
A escola foi inaugurada com 240 alunos
que foram transferidos da escola Raymond Pittman da Igreja Presbiteriana,
juntamente com 10 professores e 02 porteiros serventes, ficando todos sob a
responsabilidade do Estado.
Anos depois o mesmo fazendeiro – Tonicão
– conseguiu junto ao Governo do Estado a construção de um novo Colégio,
denominado de Colégio Estadual Ana Algemira do Prado.
A luta posterior foi para emancipação
política do Distrito, deflagrada em 1985, porém era necessário o cumprimento de
requisitos em lei, dentre os quais o número mínimo de 2.001 eleitores, o que só
foi conseguido graças ao trabalho do incansável batalhador da cidade, Mamédio
Joaquim de Bastos que as suas próprias custas conduzia em seu veículo um
funcionário da Justiça Eleitoral com vistas a alistar as pessoas moradoras na
área do Distrito, até que este número foi superado.
Problemas políticos, no entanto,
atrasaram a emancipação do Distrito que só aconteceu em 30 de dezembro de 1987,
através da Lei Estadual nº 10.404, publicada no Diário Oficial do Estado de
27/01/1988.
O município de Palestina foi instalado em
01/01/1989 com a posse do primeiro Prefeito, Carlos Alberto de Moraes, filho do
tradicional casal de fazendeiros Guilhermino Moraes de Faria e Maria Rodrigues
de Moraes, o qual teve como vice-Prefeito o presbítero da Igreja Presbiteriana
Lourival Francisco de Sousa, seu mandato foi de 1989 a 1992.
É importante ressaltar o papel que a
igreja exerceu e exerce até hoje na vida política da cidade. O primeiro
representante na Câmara de Vereadores do então distrito de Palestina foi o
Senhor Mamédio Joaquim de Bastos no ano de 1962, que era membro e oficial da
Igreja na época, ocupando posteriormente também o cargo de Vice-Prefeito da
cidade sede Caiapônia.
A partir daí enquanto distrito, Palestina
teve vários representantes na Câmara Municipal de Caiapônia, membros da Igreja
Presbiteriana. E continuou sua influência depois da emancipação, sendo eleitos
vários representantes da Igreja como vereadores.
Diante das constatações destes fatos,
conclui-se que a Igreja Presbiteriana de Palestina foi operante em todos os
setores da comunidade, seja ele cultural, social, econômico e político.
Texto extraído da monografia de Elziron Messias de Oliveira.
1ª Igreja construída em 1962
2ª Igreja construída em 1984
Ano 2012